quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Salvo pelo Terço


          O jesuíta alemão Helmuth Kaiser conta este caso ilustrativo da piedade mariana, acontecido nos princípios do século XX, em terras germânicas.

          Duas jovens irmãs, alunas de um colégio interno, costumavam passar as férias com a avó no sitio da família.

          E sempre rezavam o terço com ela após o jantar, diante de uma imagem da Mãe do Céu. E contaram este fatinho real.

          “Quando rezávamos o terço, não sentíamos o tempo passar. A avó tinha um lindo rosário de pérolas guardado na caixinha, mas preferia usar o de contas grandes, gastas, de marrom desbotado.

          Muito curiosas, perguntamos-lhe ao fim da reza:

           - Avó, por que a senhora reza com esse rosário velho e feio?

        - É porque ele traz para mim uma saudade muito grande. Era do seu avô, que o rezava tranquilamente todas as manhãs, enquanto caminhava pela estrada para chegar ao serviço nas minas de pedra lousa.

          Ele demorava meia hora até chegar no local de trabalho. Precisava ser muito pontual porque tinha a chave do portão por onde entravam os operários. Estes desciam pelos corredores com suas pás, picaretas e carrinhos de mão.

          Certa manhã, o avô tinha andado meio caminho e ia começar a rezar o terço. Mas ao enfiar a mão no bolso, não o encontrou. Tinha esquecido no outro casaco. Coisa que acontece com tanta gente.

          Ele não teve dúvida. Deu meia volta, voltou para casa, pegou o terço, e apressou-se para não atrasar demais. Mesmo assim, chegou com quase trinta minutos de atraso, nunca antes acontecido.

          Os operários estavam todos esperando no portão e ficaram admirados desse atraso numa pessoa sempre tão pontual. Eles o rodearam, curiosos por saber o motivo do atraso. Um falatório daqueles.
          O avô abriu o portão, e toda gente começou a descer para as minas. De súbito, um grande estrondo se ouviu, parecendo um trovão no fundo da terra. Quando tudo se acalmou, desceram cautelosamente. E viram que se tivessem descido cinco minutos antes, todos teriam sido esmagados por uma avalanche de pedras que desabara, enchendo de entulhos os vastos corredores da mina.

       Os operários ficaram assustados e agradecidos à Mãe do Céu, ajoelhando-se ali mesmo. Um terço esquecido em casa salvara da morte dezenas de pessoas. Maria os protegera através de um devoto mariano, o avô.

         Este caso reavivou neles a sua devoção a Nossa Senhora e ao  Santo Rosário.

          Ouvindo esta história, ficamos muito impressionadas, em silêncio, pensativas. Só a luzinha junto a imagem de Nossa Senhora tremulava e parecia que a Mãe do Céu sorria para nós.” 
                                       
Fonte: Revista Cruzada – Braga - PORTUGAL


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