Certa vez um grupo de teatro chegou a uma pequena cidade para apresentar uma peça. Como não havia teatro no local, recorreram ao padre para pedir-lhe o salão paroquial para a apresentação.
Cordialmente o padre concedeu. De
imediato, o organizador do grupo o convidou para assistir à peça que seria no
outro dia, sábado à noite. Gentilmente o padre aceitou, mas com uma ressalva:
que toda equipe fosse à missa no domingo pela manhã. Combinaram.
No sábado à noite, no salão
paroquial, na hora marcada, lá estava o padre alegre e ansioso, para ver a
apresentação. Antes do início do espetáculo a
plateia estava atônita com tanta beleza
de luz, som, figurino, organização. Todos ficaram encantados; nunca tinham
visto um ambiente tão harmonioso. O espetáculo começou. Silêncio
total. A peça transcorreu muito bem... No final, todos emocionados
aplaudiram prolongadamente. O padre não
escondia sua alegria.
No dia seguinte, de manhã cedo, lá
estava a equipe de atores na Igreja para assistir à missa do padre, como haviam
combinado. No início, alegremente, o padre apresentou-se à comunidade e a
cerimônia se desenrolou normalmente.
Após a celebração, todos foram à
casa paroquial tomar café e conversar. O
responsável pelo grupo perguntou ao padre: - Diga-nos, que impressão o teatro
deixou no senhor? - A melhor!, disse o padre.
- Detalhe para nós sua avaliação;
é importante para o nosso crescimento, por favor ! - A equipe está de parabéns
em tudo, seja nos cenários ou nas roupas, na iluminação, no som, no domínio do
público etc. Belo, tudo muito belo ! A
plateia, que coisa impressionante, na hora do silêncio não escutava nada, já na
hora de rir, como riam e, para minha surpresa, choravam nos momentos
dramáticos. Fantástico !
É o que tenho a dizer. Mas, e a Missa qual é a impressão de vocês? Digam-me!
Todos se entreolharam, mas ninguém
queria se pronunciar. Como o padre
insistiu, o responsável do grupo comentou:
- Padre, não sou a melhor pessoa
para avaliar, pois não sou um bom fiel; apenas quero falar como um ator.
- Isso! exclamou o padre, alegremente.
- Isso! exclamou o padre, alegremente.
- Nós somos atores e trabalhamos em
equipe com objetivo de transmitir à plateia
uma história que deve ser compreendida e vivida por todos, atores e público,
mesmo que não seja verdadeira.
- É verdade. Eu mesmo, disse o
padre, entrei na história ri e chorei.
-
Mas padre o que
não compreendo é que você com sua equipe tem uma verdade para ser apresentada
que é a história de Jesus, mas usam de instrumentos para transmitir tal verdade
que as pessoas acham que não passa de uma mentira tudo que querem passar.
- Como assim ! Replicou o padre.
- Se temos uma mensagem para transmitir ela não será apresentada apenas com voz e sim com vários instrumentos e, sobretudo, com as pessoas que estão envolvidas na transmissão. Lembrem-se, padre, nosso comportamento, gestos, concentração, união, vestuário, também comunicam.
- Os cantores, que têm uma função
importante na celebração, pude perceber que são improvisadores. Enquanto você
celebra, eles estão procurando o que cantar em seguida. Conversam, riem, verdadeiramente não comunica
o divino.
O padre parecia atônito a tudo isso e em silêncio
tudo escutava.
- O espaço onde aconteceu a
celebração é sagrado, mas a forma como o arrumam, nega totalmente o zelo pelo
sagrado. Observe o que lhe digo: as velas, os tecidos que ornamentam, as
cadeiras, o altar dos santos. Os arranjos de flores, tudo parece mais um caos
devido à desorganização. Não comunicam
que ali habita Deus.
- Volto a afirmar: vocês têm uma
verdade para anunciar e apresentar; mas, da forma que apresentam parece ser
mais uma mentira; e nós temos uma mentira a apresentar e as pessoas aceitam
como verdade. Algo em você e na equipe está errado. Corrija enquanto é tempo.
Deus merece ser comunicado em tudo e em todos.
-
O que fazer?
Perguntou o padre.
- Faça com que sua equipe zele pelo
sagrado e comunique Deus em tudo. Ele é
uma verdade e deve ser compreendido em tudo na Igreja e na equipe.
O
padre pensativo, agradeceu as colocações e se despediram.
-
QUE REFLEXÃO O TEXTO SUGERE PARA NOSSA MANEIRA DE SER IGREJA?
Fonte: Revista
Comunhão.
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