Certa feita um sábio que gostava muito de se vangloriar de suas ciências atravessava de barco um rio. Enquanto olhava o belo panorama ao redor, travava uma animada conversa com o alegre e simpático barqueiro, que ao seu lado remava com com muita destreza.
- Diga-me uma coisa: você sabe Botânica?
O barqueiro olhou para
o sábio e respondeu:
- Não senhor. Não sei o
que é isso.
- Você não sabe o que é
Botânica? A ciência que estuda as plantas? Que pena! Você perdeu parte de sua
vida! Respondeu o sábio.
O barqueiro continua
remando; e então pergunta novamente o sábio:
- Diga-me uma coisa:
você sabe Astronomia? O coitado coçou a cabeça e disse:
- Não senhor, não sei o
que é Astronomia.
- Astronomia é a
ciência que estuda os astros, o espaço, as estrelas. Que pena! Você perdeu
parte da sua vida! Respondeu novamente o sábio.
E assim foi perguntando
a respeito de cada ciência: Física, Química... e o barqueiro de nada sabia.
Então o sábio terminava com seu refrão: "Que pena! Você perdeu parte da
sua vida!"
Seguiam a viagem. De
repente, levantou-se uma borrasca tão forte que se tornou iminente o naufrágio.
Nesse momento o barqueiro pergunta ao sábio:
- O senhor sabe
nadar?
- Não, não
sei. Respondeu o sábio.
Então o barqueiro respondeu:
- Que pena! O senhor perdeu toda a sua vida!
E assim foi: o barco
virou e o pobre sábio, com toda a sua sabedoria, pereceu afogado. O barqueiro,
no entanto, se salvou nadando.
Para que serve
tanta ciência, quando não se possui a ciência que nos salve?
* * *
O mesmo que aconteceu com esse pobre sábio acontecerá também com todos
quantos se vangloriam da sua real ou pretendida ciência, mas vivem como se Deus
não existisse. A ciência, a cultura, a filosofia são preciosos e necessários
valores humanos, desde que repousem sobre a verdadeira fé. Com razão afirma
Santo Agostinho: "Desditoso o homem que tudo sabe, mas não Vos conhece,
Senhor!"
Disse Jesus: “De que serve ao homem ganhar o mundo
inteiro e perder a sua alma?” (Mc 8,36)
Adaptado de: A Palavra de Deus em exemplos. Ed. Paulinas.
Revista
Arautos do Evangelho, Março/2006, n. 51, p. 48.
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