"Tarde vos amei, ó beleza tão antiga e tão nova, Tarde vos amei! Eis que habitáveis dentro de mim, e eu lá fora procurando-vos! Disforme como era, me lançava sobre estas formosuras que criastes. Estáveis comigo, e eu não estava convosco!
Retinha-me longe de Vós aquilo que não existia se não existisse em Vós. Porém, chamastes-me com uma voz tão forte que rompestes a minha surdez!
Brilhastes, cintilantes, e logo afugentastes a minha cegueira! Exalastes perfume: respirei-o suspirando por Vós. Tocastes-me e ardi no desejo de Vossa paz! Só na grandeza de Vossa misericórdia coloco toda a minha esperança. Dai-me o que me ordenais, e ordenai-me o que quiserdes."
(Santo Agostinho. Confissões X, 27 e 29)
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