"Duas coroas"
Desde criança, cultivou um amor filial por Nossa
Senhora, que o presenteou com uma aparição, quando tinha cerca de 9 anos. Na
aparição, Nossa Senhora trazia nas mãos duas coroas, uma branca e outra
vermelha. Olhando-o com amor, perguntou qual delas preferia. Com a branca
ficaria santo, puro e com a vermelha morreria mártir. Maximiliano, então,
respondeu que ficaria com as duas.
"Imaculada - eis o nosso Ideal!"
A inspiração de toda a sua vida foi a Imaculada, a quem
confiava o seu amor por Cristo. No mistério da Imaculada Conceição
manifestava-se diante dos olhos da sua alma aquele mundo maravilhoso e
sobrenatural da graça de Deus oferecida ao homem. A fé e as obras de toda a
vida de frei Maximiliano indicam que ele entendia a sua colaboração com a graça
divina como uma "militância" sob o sinal da Imaculada Conceição. A
característica mariana é particularmente expressiva na vida e na santidade de
frei Kolbe. Com essa característica foi também todo o seu apostolado, tanto em
sua pátria como em terras de missões.
Fundador da "Milícia da Imaculada"
Segundo o Papa Paulo VI, São Maximiliano foi um
dos mais genuínos e modernos apóstolos do culto a Nossa Senhora, vista no seu
primeiro, originário, privilegiado esplendor, aquele da Imaculada Conceição. De
fato, seu imenso amor e zelo por Maria, levou-o a instituir, em 1917, o
movimento eclesial da "Milícia da Imaculada", que segundo uma
plástica definição sua "é uma visão global da vida católica sob uma nova
forma, que consiste na união com a Imaculada". Ele viu nela, mais do que
uma verdade em que acreditar, uma vida para viver, com a finalidade de operar
ativamente com ela, Mãe e Medianeira, convidando todos os homens a
converterem-se a Deus e a tornarem-se santos, no cotidiano do próprio dever e
no constante dom de si mesmos aos outros, com todo tipo de apostolado possível.
A tal objetivo, propôs a todos os católicos a pessoal e total consagração à
Imaculada, como coisa, propriedade e instrumento: ponto de partida para se
viver em perfeita comunhão com Deus e ser cristãmente empenhado na Igreja de
acordo com o exemplo d'Ela.
Apóstolo pela imprensa
De fato, ele fez da Imaculada o ponto focal de sua
espiritualidade e teologia, dando início à publicação da revista
"Cavaleiro da Imaculada" e à experiência de Niepokalanów - Cidade da
Imaculada - verdadeiro recanto de oração e caloroso posto de trabalho para o
homem. Situado a 40 Km de Varsóvia (Polônia), convento chamado Niepokalanów
(com sua grande editora equipada com os mais modernos aparelhos tipográficos;
com o "Cavaleiro da Imaculada" que em 1922, em sua primeira edição,
lançara apenas 5000 exemplares e, em 1939, alcançou a tiragem de quase um
milhão; com suas construções modestas para moradia; com suas oficinas para
irmãos religiosos trabalhadores, mecânicos, carpinteiros, sapateiros,
alfaiates, padeiros; com seu corpo de bombeiros; sua emissora de rádio; com
seus quase mil operários, todos religiosos, filhos espirituais de São Francisco
de Assis, como frei Maximiliano) tornou-se uma verdadeira "cidade" de
propriedade da Imaculada, porque estava toda voltada ao Seu nome e, em Seu
nome, toda voltada para a realização do ambicioso programa formulado por frei
Maximiliano: "Conquistar o mundo inteiro, todas as almas, para Cristo,
pela Imaculada, usando todos os meios lícitos, todas as descobertas
tecnológicas, especialmente no âmbito das comunicações".
Missionário
E pensando assim - "Conquistar o mundo inteiro para
Cristo pela Imaculada" - partiu em missão para o Japão, três anos após a
fundação de Niepokalanów. Pouco tempo após sua chegada ao Japão e sem saber uma
palavra sequer do idioma japonês, publicou o "Seibo no Kishi"
("Cavaleiro da Imaculada") e fundou a "Mugenzai no Sono"
(Cidade da Imaculada). Porém, sua permanência aí foi curta. Os superiores
exigiram sua presença na Polônia, para retomar a direção de Niepokalanów. A
obediência de frei Maximiliano foi imediata, apesar de ter de deixar para trás
todos os seus sonhos de fundar cidades da Imaculada na Índia, nos países
árabes, na Rússia e em outros países do oriente.
O "bunker" da segunda guerra mundial
Veio a guerra e frei Maximiliano foi preso e mandado para o
campo de concentração de Auschwitz, sem nenhuma justificativa. Num campo de
concentração em que o homem era privado de toda dignidade, reduzido a um
número; em que o desespero acabava por tornar as vítimas dispostas a tudo, a fim
de garantir a própria sobrevivência, frei Maximiliano exaltou a irredutível
dignidade do homem, escolhendo morrer no lugar de um irmão desconhecido, pai de
família, aos 14 de agosto de 1941. E fez isso seguindo o exemplo d'Aquele que
quis dar a vida por todos nós, para libertar-nos da nossa desumanidade, do mal
que age em nós.
"Mártir de caridade"
Não somente com a sua morte heróica, mas também com toda a
sua vida dedicada a um grande ideal, Kolbe nos mostra o quanto a fé pode
enriquecer de energia, de bondade, de generosidade, de espirito de sacrifício a
vida de um homem. Por isso vemos nele um verdadeiro mártir (testemunha) de
Jesus Cristo, mártir de caridade, do amor que salva e que dá vida. Numa carta,
quase prevendo o seu fim neste mundo, frei Maximiliano Kolbe escrevia: "Eu
queria ser reduzido a pó, pela Imaculada, e espalhado pelo vento no
mundo". Suas cinzas foram de fato espalhadas pelo vento. Os carrascos de
Auschwitz não pensavam, certamente, esvaziando o forno crematório, que estavam
realizando o último sonho desse grande apóstolo. Aquelas cinzas foram levadas
pelo vento do Espírito Santo no mundo, suscitando fecundos germes de vida e de
renascimento.
Excelente exemplo de vida!
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